É inegável que as maiores e mais inspiradoras realizações nas últimas décadas foram feitas por indivíduos que puderam trabalhar com liberdade. O grande problema é que, atualmente nas empresas, as pessoas não trabalham com liberdade; elas trabalham com medo. Pesquisas recentes nos EUA apontam que um em cada quatro americanos acha que seu trabalho é uma ditadura. E 80% dos americanos acham que se tivesse mais liberdade no emprego eles fariam um trabalho melhor.
Aqui no Brasil o cenário não é diferente. Poucos são os profissionais que conseguem realizar seus trabalhos com liberdade e se sentir verdadeiramente parte de algo mais significativo. A grande maioria está sujeita a chefes despreparados que conseguem as coisas na base a ameaça.
Essa cultura do medo não é ruim apenas para os empregados, é ruim para as empresas, que poderiam estar muito mais avançadas, oferecendo mais benefícios e comodidades aos seus funcionários e, ainda assim, obtendo um desempenho comercial maior. É imprescindível mudar esse conceito e ampliar a liberdade dentro das empresas – seja na abertura do regime de home office, nos horários de trabalho flexíveis, na terceirização de funções que não têm a ver com os negócios e, principalmente, na contratação de líderes que prezam a liberdade.
O papel do líder em um ambiente de trabalho centrado na liberdade é ser visionário, guia e facilitador de pessoas, ideias e talentos. Líderes dedicados à liberdade devem cultivar o pensamento de liberdade e se certificar que a empresa inteira mantenha essa iniciativa. Eles devem estar atentos diariamente a fim de eliminar o medo e a incerteza e, como resultado, os empregados sentirão que podem trabalhar em liberdade e criatividade, o que pode gerar bons resultados para as empresas.
Como a empresa deve fazer isso? Aqui estão 10 dicas para ampliar a liberdade na sua empresa:
1 – Propósito e visão
Uma empresa democrática tem bem definida as razões pelas quais ela existe (seu propósito), onde ela está posicionada e o que espera alcançar (sua visão). Isso oferece um caminho e disciplina para servir de orientação à empresa.
2 – Transparência
Diga adeus aos ‘clubinhos’ fechados da diretoria. Empresas democráticas são transparentes com seus funcionários a respeito da situação financeira, estratégias e planejamentos.
3 – Dialogar e ouvir
Em vez de discursos sem sentido ou aquele silêncio desconfortável que caracteriza muitos ambientes de trabalho, empresas democráticas são comprometidas com conversas abertas que abrem as portas para novas oportunidades.
4 – Justiça e dignidade
Empresas democráticas estão comprometidas com justiça e dignidade, não tratando alguns funcionários como “alguém” e outros como “ninguém”.
5 – Responsabilidade
Nas empresas democráticas costuma-se ‘apontar’ muito. Não para encontrar culpados, mas para deixar bem claro quem é responsável pelo quê.
6 – Individual e coletivo
Em uma empresa democrática, o indivíduo é tão importante quanto o grupo, o que significa que os empregados são valorizados por suas contribuições individuais tanto quanto por ajudar a atingir os objetivos coletivos da empresa.
7 – Escolhas
Empresas democráticas sempre oferecerão aos funcionários escolhas significativas.
8 – Integridade
Integridade é um dos fatores mais encontrados nas empresas democráticas. Elas entendem que a liberdade exige disciplina e, também, fazer o que é moral e eticamente correto.
9 – Descentralização
Empresas democráticas fazem com que o poder seja bem espalhado e distribuído entre as pessoas.
10 – Reflexão e avaliação
Empresas democráticas estão comprometidas com feedback e desenvolvimento contínuos para aprender com o passado e aplicar as lições para melhorar o futuro.